domingo, 31 de maio de 2009

É frequente ouvir, sente-se aqui um bocadinho. Sento-me e comprovo que as pessoas têm uma enorme necessidade de serem ouvidas.
Nestes tempos que vão correndo, a azáfama da vida quase nos não deixa tempo de paragem para a conversa. Os filhos estão na net os maridos, no comando da tv. Isto para dizer , para pedir que se dêem tempo para uma conversinha, vá lá, basta uma vez por semana. Sabe tão bem alguém que nos oiça.
De qualquer maneira eu continuo disponível para me sentar à conversa.

Ana Bela

sábado, 30 de maio de 2009

Quando não estamos por cá

O meu apoio é incondicional a todas as iniciativas culturais do "Grilo", sempre em frente e cada vez melhor.

Lúcia 20/08/2007 através de sms

Ana Bela

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Momentos hilariantes

Na esplanada tranquilamente, um senhor tomava um café.
Descalçou-se e pôs os pés numa cadeira.
Não querendo ser muito directo, o Pedro disse-lhe:
- Sabe bem não sabe? Eu gosto de fazer isso em casa.
Resposta pronta:
- Tem razão Pedro, eu aqui sinto-me em casa...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Hoje, recortou-se na porta uma imagem vagamente conhecida, percebi quem era quando ouvi, stora, venho mostrar o meu bébé. Era uma aluna dos tempos que parecem irreais, em que dava aulas.
Tive então consciência que o tempo passa, mesmo que, com garra, o queiramos parar.
São tantos os alunos e alunas que me visitam e tantos os filhotes que já têm, que equacionando os anos que lá vão, nem me posso admirar das rugas e dos cabelos brancos.
Como disse à pouco tempo, Meu Deus! como crescem...
Digo hoje
Meu Deus! Como envelheço...

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ser poeta na voz das crianças

Homem que sonhas
Sonhas...sonhas
sonhas e fazes obras
obras diferentes
diferentes como tu
Tu que gritas
gritas a Paz
Paz que semeias
semeias e colhes
colhes o calor das crianças
Crianças que amas
amas o desconhecido
desconhecido que só tu conheces
Conheces Crianças do Mundo
Mundo que tu abraças
abraças com Amor
Amor palavra forte
forte és tu...
Tu só podes ser
Ser um Poeta

Teresa Alexandra Silva Lopes, 7 Anos
Instituto Piaget


Ana Bela

terça-feira, 26 de maio de 2009

Renato Epifânio, membro da associação Agostinho da Silva, fez-me chegar a revista "Nova Águia", Cultura para o Século XXI.
Explicação dos autores:
Como é sabido, a Águia foi uma das mais importantes revistas do inicio do século XX em Portugal, em que colaboraram algumas das mais relevantes figuras da nossa Cultura, como Teixeira de Pascoaes, Jaime Cortesão, Raul Proença, Leonardo Coimbra, António Carneiro, António Sérgio, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva.

A "Nova Águia" pretende ser uma homenagem a essa tão importante revista da nossa História, procurando recriar o seu "espírito", adaptado aos nossos tempos, ao século XXI, como se pode ler no nosso Manifesto.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Fotografia: Pedro Duarte

Os nossos pais ensinam-nos amor, riso e também a andar. Mas quando abrimos um livro, descobrimos que temos asas.

Helen Hayes

Ana Bela

domingo, 24 de maio de 2009

Quando não estamos por cá

Não moro ao pé.
Mas quando vou ao Grilo, adoro k ele tenha as doors abertas para ouvi-lo cantar.
Boas férias.

Agosto 2004

Mensagem recebida por sms e transcrita na integra

Ana Bela

sábado, 23 de maio de 2009

Perguntaram uma vez ao poeta William Stafford: «Quando foi que resolveu ser poeta?»
Stafford respondeu que aquela pergunta era inteiramente fora de propósito. «Todos nós nascemos poetas», disse, «pois as pessoas descobrem aos poucos o modo como as palavras funcionam e soam em conjunto; as pessoas preocupam-se com as palavras e gostam delas. A pergunta a fazer seria, 'Porque é que as outras pessoas pararam de ser poetas'».

Ana Bela

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Não resisto à tentação de transcrever excertos de prosa ou poesia dos nossos livros. Desta vez do Volume III, "reencontros à mesa do café" - Poesia -

gostas de rosas?

sim...gostei um dia.

Diz-me...

Quanto tempo passou
Até já não se venderem rosas?
Até deixares de mas oferecer,
E eu de tas pedir?
Quanto tempo se esgotou
Até perderem significado?
Até o constatarmos?

Era rara uma zanga e ainda assim surgia uma rosa
Para demonstrar que tudo era efémero....e acabou por ser.

Quanto tempo se escoou,
Até te esqueceres de me dar a mão,
Até não me lembrar de te dar a minha?
Abandonei-a perto de ti tantas vezes...

Estavas ausente
Tornei-me ausente.

Quanto tempo percorremos,
Até tudo nos ser indiferente,
Até não se venderem rosas,
Até não possuirmos mãos?

Tornámo-nos imperceptíveis,
impalpáveis, um ao outro...
As rosas ficaram pálidas,
o tempo avançou sobre elas,
Restando somente pó
e pétalas quebradiças.

Lembro-me da rua, lembro-me que era um final de tarde.
Lembro-me de não ter dito nada. Naquele dia soube que caminhávamos para o vazio e calei-me. Estava cansada. Fora mais um dia intenso de trabalho e nesse momento falhou-me a voz. Recostei-me no banco do carro e coloquei os óculos escuros de tal forma tinha a vista cansada. Anoitecia.

Devia ter-to dito. Pelo menos teria tentado.

Raquel Vasconcelos

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Por ocasião da edição dos livros do Grilo "Escrever é um lugar tão perto", uma amiga, a propósito, enviou-nos esta mensagem que não resisto a transcrever:

"Nutridos de sonhos, os clientes do "Grilo", adoçam o café com poesia e ousam escrever à mesa uma prosa de bolos...E fantasia.
Parabéns pela ideia, pela entrega."

Manuela Inácio


Ana Bela

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Um poema de Miguel Torga para recordar que a segunda sessão está à porta.
Dia 3 de Junho.

Brinquedo

Foi um sonho que tive:
Era uma grande estrela de papel,
Um cordel
E um menino de bibe.

O menino tinha lançado a estrela
Com ar de quem semeia uma ilusão;
E a estrela ia subindo, azul e amarela,
Presa pelo cordel à sua mão.

Mas tão alto subiu
Que deixou de ser estrela de papel.
E o menino, ao vê-la assim, sorriu
E cortou-lhe o cordel.

Miguel Torga



Ana Bela

terça-feira, 19 de maio de 2009

Hoje deparei numa revista com as filhas do António Feio. Custou-me perceber que estava a ver as adolescentes que passavam aqui as tardes comendo queques.
Comprovei a muito custo que embora gostássemos, não podemos parar o tempo e que tudo se repete dia após dia, sem nos apercebermos que o nosso relógio biológico é incansável nas suas voltas consecutivas.
Com os cabelos a branquear encosto as rugas à vidraça da vida e abro a boca de espanto.
Meu Deus! Como crescem....

Ana Bela

segunda-feira, 18 de maio de 2009


Zé Pedro que todos conhecem da Mistral das ondas e do windsurf, é filho do Comandante da Marinha Portuguesa Saturnino Monteiro.
Quem quiser saber de batalhas e combates navais, ai está a segunda edição do livro do pai.

Ana Bela

domingo, 17 de maio de 2009

Fotografia :Pedro Duarte

Há magia nos olhos das crianças.
Transparências, luz, inocência.
Quem sabe, nesta, o pedido, que o mundo seja sempre um enorme algodão doce.

sábado, 16 de maio de 2009

Momentos hilariantes

Era sábado, muita gente no Café, um senhor ocupa uma mesa, pede um café e ao terminar de beber, tira uns guardanapos que muito direitinhos arruma a um canto, de seguida tira também a prótese dentária que deposita em cima dos mesmos (não fosse sujar a mesa) deita a cabeça nos braços e adormece.....

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Procuramo-nos
no azul do mar


(Fotografia :Pedro Duarte)

nem o canto de um pássaro
na melancolia do silêncio

Ana Bela

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Mais uma recordação. Chamava-se Fernando, deixou-nos o gosto pela natureza. Hoje lembrei-o, talvez porque o dia está cinzento. Tem lógica porque com ele passámos (Bela Duarte e Pedro) algumas das férias que dificilmente esqueceremos. Fomos aos Pirinéus, aos Picos da Europa, para não falar dos lugares mágicos que nos mostrou em Portugal, Espanha e França.
Que saudades das conversas à mesa do café onde planeávamos os itinerários, onde durante 11 meses imaginávamos o que nos descrevia.
Sonhámos Potes, Arriondas, Fuente Dé, Parque de Ordeza, Circo de Gavarnie e tantas coisas que vimos juntos.
A minha admiração por este Homem é enorme, senhor de uma cultura geral invejável um autodidacta amante da natureza, conhecedor profundo da arte de escalar montanhas, respirar ar puro e simplesmente ser feliz quer nos desfiladeiros de La Hermida, dos Beyos, nos lagos de Alta Montanha dos Pirinéus, no túnel extenso que ao fim se abre sobre o Vale de Aran....
Atacou-me a saudade e comprovei a facilidade com que nascem amizades à volta das velhinhas mesas do Café Grilo.

Ana Bela

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Se ainda não leram o livro de Manuel Alegre "Cão como nós", leiam este excerto e vão comprar. Acreditem vale a pena.

"(Há momentos em que parto para não sei onde. Navegação espiritual. Ou dispersão na terra abstracta, a única que se vê quando não se vê. São grandes caçadas dentro de mim mesmo, a busca da magia perdida, uma palavra cintilante, uma perdiz imaginária, um sopro, um ritmo, uma espécie de bafo. Como o teu. Às vezes sinto-o, outras não. Mas sei que estás aí, algures, enroscado na minha própria solidão.)

Manuel Alegre em "Cão como nós"

Ana Bela

terça-feira, 12 de maio de 2009

Quando não estamos por cá

Olá,
isto é um desabafo
(expiração)
isto é o seu oposto:
Ofabased ! (inspiração)

Faz-se assim o mundo e o
seu oposto.

Em tempos já de vindimas
deixa-nos um gosto a
mosto
...nunca mais acaba
Agosto!
Vou ao Grilo, que é um
gosto
levei c'a porta no rosto
ora bolas,
que desgosto!...

Por um Amigo
Agosto 2005

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Texto escrito para um amigo que todos os dias nos visitava com a sua esposa portadora de Alzheimer.

"Olá Sol

Sei que é difícil brilhar quando as nuvens cobrem o céu, quando temos vontade de chorar mas temos que rir, quando queremos que nos dêem um beijo, nos façam uma festa sentida sabendo quem somos.
Resta-nos nestes casos, ocupar o imaginário com os restos do passado e com um passinho pequeno viver um dia de cada vez.
Sei que a Beta, depois de me dar um beijo já não sabe quem eu sou, mas o momento em que ela sorri para mim e diz que eu sou boazinha, valem mil estrelas no céu. Não faz mal, amanhã quando voltar, vai novamente dar-me um beijo, sorrir e fazer-me uma festa. São raios de sol que penetram também as minhas nuvens.
Naquele instante ela gosta de mim e isso dá-me vontade para continuar a ir ao encontro do seu sorriso.
Faça como eu, Rei Sol, coma avidamente cada sorriso nem que seja instantâneo, guarde-o no coração e amanhã vai ter mais coragem para continuar a brilhar a ser o Sol Beta, Alfa ou Delta, todos os sois imaginados até que o Mundo Beta acabe. A pessoas como o senhor, o meu muito obrigada. Alguns no seu lugar teriam já empacotado o Mundo Beta numa caixa de cartão em qualquer lar impessoal deste Mundo cruel onde as pessoas não querem rir umas para as outras."


Ana Bela

domingo, 10 de maio de 2009

Invento-te


Em tardes caladas
mornas, longas
não sei
se é Primavera, Verão...
Vens?
não sei
se ainda cantam os pássaros.
Foste?
não sei se oiço o choro de crianças
nos ventres de suas mães.
Virás?

Quando não sei se existes.
Invento-te

Ana Bela

sábado, 9 de maio de 2009

Ontem fui à Feira do Livro e que saudades do cheiro do alfarrabista, dos livros manuseados por muitos que repousavam em tabuleiros de madeira.
Ao contrário, senti o cheiro a pipocas, bifanas, algodão doce, para não falar dos sem cheiros, cavacas, queijadas, arrufadas, arrepiados, tão arrepiados como eu que a noite por lá estava fria.
Hoje existe uma área enorme de barraquinhas onde os seguranças nos perseguem e os códigos de barras dos livros que já levamos connosco teimam em apitar. Não quero dizer qual é a editora mas LEIA com atenção não toque em nada e talvez o bip bip os deixe passar.
Não vão à Feira sem dinheiro, o multibanco anunciado não está lá. Em contrapartida tem muita esplanada e muitos aromas.
Os descontos de Feira variam de 2 a 3 euros, MILAGRE!!
Alguém terá que me explicar melhor o que se entende por Feira do Livro.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Momentos Hilariantes

Sabem que em cima de uma mesa ficou um porta bebés com bebé e tudo?
Vimos os pais irem para o carro, mas longe de pensarmos que o bebé era esquecimento. Era!
Fomos a correr chama-los quando percebemos que iam mesmo embora.
(Desculpe quem achar que não é hilariante, foi-o aqui, porque sabíamos que nunca deixaríamos que o carro partisse sem os chamar)

Ana Bela

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Finalmente a primeira sessão.










Começou com um trabalho sobre Fernando Pessoa apresentado em PPS, passando por todos os heterónimos do poeta onde nem faltou Ofélia, nem a poesia dita pelos alunos da escola Frei Gonçalo de Azevedo.
Agradeço ás duas professoras, Manuela Inácio e Júlia Perdigão e aos alunos o trabalho e a contribuição dada esta noite à poesia. Também ela uma forma de cultura.


E fomos andando de poeta em poeta, dizendo e ouvindo e conversando.



Fotografias: Pedro Duarte

Escolhemos Miguel Torga para a próxima sessão.
Traga um amigo, porque se hoje somos 20 amanhã podemos ser 40.


Ana Bela

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Finalmente vamos ter o nosso espaço onde, espero, vamos poder partilhar a escrita, com a amizade, a poesia, o estar lá, aqui, em todo o lado onde haja um amigo.
Vamos em conjunto, dar as mãos a todos quantos com a sua escrita, imortalizaram em livros as palavras que afinal gostaríamos de ser nós a ter pensado.
Juntos, vamos de certeza ser poetas. Quem sabe.....

Ana Bela

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Chegou o mês de Maio e com ele mais dois livros que recomendo vivamente.
Sei que as leituras que uns gostam, a outros não dizem nada, mas estes dois temas, a morte de um pai e a amizade, decerto dizem muito a todos os que gostam de ler.
Cito:

"Morreste-me"

"passei a noite sozinho. Sentado ao lume que não arde, como se me visitasses"

José Luís Peixoto


"As velas ardem até ao fim", um hino à amizade, de ler e reler. Mais, a partir de certa altura até ao fim, apetece voltar atrás tantas vezes quantas o tempo nos deixar.
Ia contar mais um momento hilariante, mas deparei com esta fotografia de uma das crianças do Grilo e perante o silêncio dela calei-me...

Fotografia: Pedro Duarte

Ana Bela

domingo, 3 de maio de 2009

sonhei

sonhei-te, quando
os lobos uivam lá fora
quando a noite entoava o seu cântico calado

sonhei-te, como se sonham os possíveis
dos impossíveis
como se sonham dos máximos os mínimos

sonhei-te, como se fora a mais pequena
partícula da tua matéria
o teu átomo.

Acordo sempre assustada
mas hoje fiquei adormecida.
O sonho era meu
fiquei!

Com ousadia prolonguei-me
no teu olhar.
Tocaste-me docemente
como se fora um jogo de paciência
com gozo.

E com o mesmo gozo
deixei-te penetrar o meu casulo
a minha capa.

Deixei que me sonhasses
antes que o dia acordasse.


Ana Bela

sábado, 2 de maio de 2009

Quando não estamos por cá

Tudo começou com uma brincadeira depois de ouvir os lamentos dos amigos, quando às portas de Agosto se lembram que vamos de férias.
Como as nossas cabeças estão sempre a germinar ideias, resolvemos desafiá-los a enviarem um sms ou simplesmente introduzir por baixo da porta a saudade.
Não é que resultou? Pois bem, começo hoje a transcrever as mensagens que nos chegaram ano após ano. Alguns se lembrarão de as ter escrito, outros de as ver afixadas.
Mas para os mais distraídos....

"Sabes quanto te apetece um queque!?
Mas apetece-te tanto, tanto, tanto um queque que até chateia, é daqueles dias que se não comeres um queque, não ficas feliz...
A vontade é tanta, tanta, tanta que vens no caminho a babar-te no carro por aquele queque maravilhoso de chocolate derretido....
Sabes quando isso acontece...!?!?!
SABES!? SABES!?
....Então cala-te!!!

Miguel Maria
Agosto 2004

sexta-feira, 1 de maio de 2009

No tempo longo de convívio com tantas pessoas, já vimos partir muitos dos que preenchiam os nossos dias e de uma maneira ou de outra contribuíam para encher a nossa casa de risos.
Muitas vezes sentimos revolta e a impotência, perante a vontade de alterar o normal percurso da vida. Vida, que de um dia para o outro, nos leva os amigos.
Ontem partiu mais uma dessas pessoas. Deixa-nos muita saudade e a certeza que a sua recordação ficará sempre connosco.

Ana Bela