sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Declaração

Eu, aluno (e não só), vou pela primeira vez na minha vida, na minha história fazer (e com prazer) no meu caderno diário, um trabalho a valer. Trabalho de casa, calcula! Mas repara: não se trata de uma cópia, também não é uma conta nem é sequer um ditado.
Pode até parecer redacção. Mas cuidado! Olha que não. Não é mesmo redacção nem rotina-qualquer, repetição-que-me-ralha ou palha de um- verbo-encher!. É isso sim, (francamente) reflexão-de-fundo (e séria), um cá-de-dentro-que-sai, um cá-de-dentro-que-grita, vontade de estar contigo de outra maneira, autenticamente.
Acabou-se a brincadeira!
Chamam-me normalmente criança. Tu também.
Criança?!... só se for de apelido!... Como se eu fosse apenas (e só) mais um conceito abstracto a juntar a tantos outros, a uma cultura-geral!...À tua cultura geral!
E que sou eu afinal?
Pois quer tu queiras quer não, sou um João, mas João-vivo (concreto), cultura-viva (contente), de apelido tão grande, tão grande, como a vida, o mundo a vontade de os viver, a vontade de aprender tudo, todos... eu próprio! João- concreto, de apelido eu-gosto-quero-aprender-e-ser-quero-viver-rir-pular-cantar-ler-escrever-e-cantar-gostar-gostar-gostar! Gostar de todos, de ti também, mas confesso que nem sempre ajudas muito. Por vezes não ajudas mesmo nada.

Porque passas assim (com-tanta-pressa) por mim?
SE eu, por exemplo, te perguntasse a cor dos meus olhos (agora) nem sequer a saberias dizer. Porquê? e afinal se me olhasses nos olhos, quantas vezes verias como eles já estão cor-de-lágrima e isso, garanto-te, já nos ajudaria.

Bem, não fiques triste.
Calma... gosto de ti.

Data - 19-e-70 e sempre
Nome - João-concreto... de apelido tão grande, tão grande como a vida, que só quer
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