terça-feira, 8 de outubro de 2013

Francisco

Um dia um amigo disse-me que no meu blog não se diz mal de ninguém, não se fala de política, não se fala de religião.
Tenho explicação para isso:
- Quem sou eu para criticar as atitudes dos outros
- Quanto à política, sou a partidária, cada um veste a cor que quer.
- Com a religião é mais complicado. Eu que andei anos e anos num colégio interna, eu que cheia de sono e de fome, tinha que antes do pequeno almoço ir à capela  fazer as orações da manhã (passávamos no corredor do refeitório e cheirava a café com leite). Todos os dias havia missa por alma da mãe de uma das professoras que eu nem conheci. Todas as semanas tinha obrigatoriamente que me confessar e eu não tinha espaço para pecados, os muros eram demasiado envolventes e as saídas estavam guardadas por soldados.
Cansada de aulas, estudos, música, piano, orfeão e tudo o que se faz para preencher um dia de 500 alunas fechadas, cheia de sono, tinha que ir novamente à capela fazer a oração da noite. Não é assim tão linear ser aluna no Instituto de Odivelas.
Toda esta prosa para dizer que agora só vou a uma igreja, quando morre um amigo, quando se batiza um amigo, quando casa um amigo.
E agora falo de religião, porque não sabia ser possível haver um Papa que diz o que diz e faz o que faz. Agora, talvez eu volte a falar de religião. Obrigada Francisco.


Ana Bela