quinta-feira, 20 de novembro de 2014

As duas metades de mim

Porque a minha vida é metade saudades e outra metade poesia...


A verdade deste dia

É olhar de mim para mim
E perceber que nada sou e nada quero
É rebentar em marés baixas
E naufragar com pé
Deitar-me na areia
E ser apenas mais um grão deste mar louco de gente

É saborear o nada e engasgar-me
E perceber que o grão que sou
Se escapa por entre os dedos de quem quero ser

E choramingar num canto por dentro da minha amargura

Ana Ventura