quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O cheiro

Tenho tantos cheiros na minha memória, que até consigo achar que cheiro é o que fica para sempre dentro dela.
Sinto o cheiro de arroz doce que a mãe fazia na cozinha, se fechar os olhos sei que a qualquer momento vai chegar a taça e cheirar a canela quente.
Sinto o cheiro da tua pele, mesmo que já não estejas aqui
Sinto o cheiro do sabão azul e branco com que se lavava a roupa...
Tenho tantos cheiros na minha memória arquivados, tanto cheiro a noites quentes de Verão, que posso sempre ir buscar um a um e passear com eles de mão dada embalada no cheiro a cera fresca da casa da minha mãe.


cito
 " Cresci no meio de livros, fazendo amigos invisíveis em páginas que se desfaziam em pó cujo cheiro ainda conservo nas mãos"

Carlos Ruiz Zafón