sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Verdades em poesia

Não me meto em política, não gosto de ver jogos de futebol e não leio os livros de Margarida Rebelo Pinto. A minha poesia é de amor e saudade, de mar e maresia de gaivotas e barcos que só eu vejo.
Mas... há poetas que embora partidos e vividos em outros séculos, intuíram estes tempos em que vivemos. José Régio como exemplo. Mas há mais, muitos mais.

Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir o meu Hino

e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar o meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacionalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti,
povo deste mundo!

"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude.
A rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".

Rui Barbosa